quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Entrevista-Infernal war 666



1)Metal Face: Hail, Pazuzu, primeiramente gostaria de agradecer por me conceder tal entrevista e dizer que é uma honra entrevista-lo um nobre guerreiro que esta em constante luta junto com sua grande e honrada horda que a alguns anos tem enfrentado com muita força os homens da cruz.



2)Metal Face: Quando tu e o grande Armaggedda,saíram da Havoc logo iniciaram a horda Infernal War, como toda horda vocês tiveram problemas e dificuldades no inicio da incrível jornada, como foi esse caminho até estabilizar a horda?
Pazuzu:Na verdade há uma má interpretação nessa pseudo saída, a gente não estava mais satisfeito com o vocal da banda naquele momento, com isso tiramos ele da banda e demos continuidade com a banda naquela época ,só que passando alguns meses resolvemos mudar o nome da banda ,sendo assim o nome infernal war 666 veio a surgir
Como ainda tínhamos uma boa relação com o antigo vocal e não estávamos mais usando o nome ele nos perguntou se podia usar, concordamos e liberamos o nome a ele, bem esclarecido isso ,vamos ao assunto da nossa trajetória.
Bom, a infernal war 666 vem sofrendo grandes mudanças nesses longos dos anos tanto musicalmente, como de integrantes, encontramos grandes obstáculos ,mas todos sempre superados pela força e garra de membros antigos e atuais ,fizemos muitas alianças com grandes hordas e grandes guerreiros, mas também muitos inimigos que se perderam pelo caminho nos dando força para lutar .



3) Metal Face: Em 2003 a horda forjou sua primeira arma contra os homens da cruz o “Under Wings Demons of Hell” os resultados foram os esperados? Como o publico recebeu essa nova arma da branda?
Pazuzu:Bem apesar de ser um material bem simples ,conseguimos atingir um publico muito grande tanto aqui no Brasil como no exterior !!!



4) Metal Face: A horda já fez inúmeros shows pelo Brasil, já dividiram o palco com inúmeras hordas que lutam ao lado de vocês com os mesmos objetivos, existe algum show que foi muito marcante que nunca abandonara de sua memória?
Pazuzu:Bom um grande show para gente foi quando tocamos em criciúma que tentaram boicotar a banda querendo reduzir o cast , mas a gente não quis sair e pedimos ao publico que eles decidiriam e todos gritaram o nome infernal war varias vezes esse foi um grande show da banda.
Recentemente tocamos com uma das melhores e mais antigas bandas de death thrash do mundo isso pra gente foi uma grande vitória ,tocar com o POSSESSED E SADISTIC INTENT e ver que eles agitaram em nosso show, nos elogiaram, esse sem duvida também não sairá de nossas memórias


5) Metal Face: Em 2005 foi gravado o “Behind the Black Throne”, mas ate hoje ele não foi lançado, quais são as expectativas sobre ele?.O que terá de diferente do ultimo já lançado?
Pazuzu:Com a saída dos antigos membros, a banda resolveu regravar o material todo.
O novo nome para o material será : “Hail to the gods of that world”,
que por sinal ficou muito melhor que antes. Estaremos lançando cd agora para meados de outubro. O cd estará muito mais agressivo e muito mais técnico que o primeiro material da banda, e entraremos em estúdio para gravar as musicas novas no fim do ano.



6)Metal Face: Sabemos que a horda esta em fase de mudanças. Alguns guerreiros que já posuem grande experiência estão entrando para a horda, o que você acha deles fale sobre os novos membros!
Pazuzu:Apesar de serem mais novos do que eu ,eles desempenham muito bem o papel na banda tanto musicalmente quanto como guerreiros nessa batalha contra a hipocrisia cristã , e com certeza o puro black metal corre em suas veias, recentemente a banda sofreu mais uma baixa ,tendo a saída de um grande guerreiro of the night ,por motivos pessoais e familiares e após 25 anos dedicados ao metal resolveu encerrar a carreira de shows ,continuará auxiliando a banda internamente, e sendo assim, não penso em colocar alguém em seu lugar por enquanto não vejo ninguém a sua altura.




7) Metal Face: Pazuzu, você organiza o grande “Infernal Festival” festival que já trouxe grandes bandas e na terceira edição em Setembro de 2007 tocou a Gräfenstein excelente banda alemã e entre outras bandas, como foi criado o festival? O que podemos esperar nas próximas edições?
Pazuzu::O festival foi criado após entrarmos em estúdio para gravar o cd e resolvemos organizar alguma coisa pra levantar uma grana para o cd ai surgiu o festival !!
Esse ano para a banda foi um ótimo ano relacionado a shows ,como eu sempre organizo sozinho o festival, ainda não tive tempo para organizar o 4° pois queria manter a mesma linha do terceiro festival que foi excelente, esse ano eu iria adiantar a data do festival pois estava fechando com o besatt ,mas por motivos de datas e horários de vôos dos caras não pude trazer eles pra cá ,mas com certeza o próximo será a altura dos outros.Aguardem.






8)Metal Face: Há pouco tempo a Infernal War 666 tocou ao lado do Possessed grande nome do Thrash Metal mundial, como foi pra você que é fã da banda dividir o palco com o Jeff Becerra e cia.?
Pazuzu:Bom, quando se fala de Possessed você lembra das épocas antigas que a galera leva a serio metal, ver o Jeff Becerra enlouquecido em uma cadeira de rodas foi uma grande lição de vida para todos com certeza, para eu e o ex- guitarra que acompanhamos eles a muitos anos, ele ainda mais do que eu, foi um momento único, pois qualquer pessoa relacionado ao metal extremo um dia viu ou ouviu falar da grande lenda que é o Possessed
Com certeza foi o melhor momento da vida de quem curte metal extremo ver os caras .






9)Metal Face: Vocês têm algum projeto paralelo à horda? Fale sobre se houver algum.
Bom o vocal e o baixista tocam na the torment .
Pazuzu:Eu estou me dedicando a infernal war 666 no momento, tenho uns projetos e toco em outras bandas mas por enquanto estamos parado sem ensaiar e estou aproveitando todo esse tempo para dar minha energia exclusivamente a Infernal war 666


10)Metal Face: As composições da horda são feitas por quem e tratam basicamente sobre o que?
Pazuzu:Eu e o ex guitarra (of the night )criávamos as composições e apresentávamos ao resto da banda e em cima das bases criadas e fazíamos o resto com a banda toda. As letras foram feitas pelo guitarrista , abordando temas como ocultismo, anti-cristianismo e satanismo!!!!



11)Metal Face: A cena do black metal no sul do país é bem variada de temas, ideologias... Como você vê a cena atual em comparação ao que era quando vocês começaram?
Pazuzu:Quando começamos não existia muito acesso as coisas como hoje em dia, o black metal era levado mais a sério, era dando sangue e suor, a galera era mais fiel aos seus princípios ,freqüentavam shows e lutavam pelo mesmo objetivo.Hoje em dia a uma grande desunião, alguns montam banda para competir com outra ou desfilar em cima do palco!!!!
O sul têm excelentes bandas ,grandes guerreiros que lutam para que a chama nunca se apague, mas existem aqueles retardados que se escondem atrás de computadores e ficam difamando as bandas que lutam para um cena forte.Vejo que com o passar dos anos muitos evoluíram ideologicamente, mas alguns que nem precisa citar nomes estão vivendo na mesma merda que viviam antigamente e vivendo de aparências e mentiras. Pra esses só me resta deixar a seguinte frase !fuck you all !!!




12) Metal Face: Agradecendo novamente por ter concedido suas grandes palavras, peço que deixe um recado aos fãs espalhados pelo Brasil da grande Infernal War 666 e fale sobre os próximos shows.Encerrando a entrevista te desejo muita força e honra que sempre possa seguir com muita sabedoria essa interminável guerra.
Pazuzu:Recentemente tocamos com o Funeral do paraguai e o Torture Squad e mais algumas bandas daqui da região, no dia 18 de outubro tivemos a grande honra de tocarmos com o DESASTER foi sem duvida um grande show para a banda !
“Um verdadeiro guerreiro não é só reconhecido pelo numero de batalhas mas também pelo seus atos de honra”

Força e honra sempre!

Entrevista Por: Marlon Mitnel

terça-feira, 21 de outubro de 2008

" GARGANTA DO DIABO FESTIVAL I"


" GARGANTA DO DIABO FESTIVAL I"

Data:6 de Dezembro

22 horas

Cidade:Santa Maria

Local: Boate do DCE (Rua Professor Braga ao lado do Master pre vestibulares.

ingressos:6 antecipado, 10 na porta

excursões entrar em contato.


No palco:Symphony Draconis (Black Metal)-POA

A Sorrowful Dream (Dark Metal)-POA

South Legion (Extreme Death Metal)-RG

Scarpast (Doom/Death Metal)-SM

Swampy (Thrash/Death Metal)-SM

Serpent Rise( Doom Metal)-SM

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Entrevista-Postmortem


Pelotas. A conhecida Dark City, seu Porto sombrio, largas ruas retilíneas, úmidas. Musgo. Vento que assovia nos vazios das enormes taperas. Belo desbotado que se aguça em dias cinzentos, chuvosos. Por lá habita um povo historicamente muito culto, é berço de muitos artistas, de várias vertentes. Uma personificação da palavra “underground”, diria eu, encontra-se nela. Nesse cenário, com garra, retidão e dedicação, originou-se, em 2004, a banda POSTMORTEM. Abaixo, confira mais sobre essa grande banda Pelotense, formada por Bruno Añaña, no vocal e na guitarra, Mou Machado, na guitarra, Douglas Veiga, na bateria, e Matheus Heres, no baixo.

Metal Face:POSTMORTEM é uma expressão bastante usada, é nome de um livro, de um jogo, de uma música e de uma fase muito explorada pela neurociência, o tempo decorrido após a morte de uma pessoa. Qual dessas utilizações chamou a atenção ao ponto de a escolherem como nome ?
Postmortem: foi por causa da música do Slayer mesmo, somos grandes fãs deles.
Além de ser uma palavra em latim, idioma que achamos que combina bem com Death Metal, e seu significado representa bem o estilo.
Douglas: além das temáticas que usamos, geralmente a morte, reincarnação e o oculto.

Metal Face:A banda teve algum outro nome antes? Por que a troca?
POSTMORTEM: teve outro nome, era Wargod, mas era provisório. No cartaz do primeiro show ainda estava como Wargod, mas já tínhamos decidido pela troca de nome, e durante o show anunciamos a mudança.

Metal Face:E quanto a integrantes, mudanças desde a formação? Se ouveram, tiveram alguma influência no desenvolvimento do que hoje vemos nos palcos?
POSTMORTEM: a primeira formação era o Willian Knuth nos vocais, Bruno Añaña na guitarra, seu irmão Daniel Anãña no baixo e Douglas Veiga na bateria. Logo depois do primeiro show Daniel decidiu sair da banda para se dedicar inteiramente à faculdade. Então, Matheus Heres assumiu o posto de baixista, além de a banda decidir por abandonar as influencias thrash metal e compor musicas baseadas no Death Metal. Após um tempo, Willian teve que mudar de cidade e isso impossibilitou a sua participação nos ensaios (pouco antes da Gravação da Demo), daí em diante, Bruno assumiu o posto de vocalista junto à guitarra, e sentimos a falta de mais peso na banda. Dessa forma, decidimos por convidar um amigo nosso, Mou Machado, para assumir a segunda guitarra.

Metal Face: Sobre influências musicais, que tal cada um citar pelo menos duas bandas ou artistas que serviram de base para si?
Matheus: Nile, Brujeria, Morbid Angel e Marduk
Mou: Morbid Angel e Deicide, foram as primeiras bandas de Death Metal que conheci, e que idolatro até hoje.
Bruno: Nile, Spawn of Possession, Deicide. Guitarra vai um pouco de Stevie Ray Vaughn até Karl Sanders.
Douglas: As principais são Morbid Angel, Slayer, Deicide e Nile, mas na bateria os meus grandes ídolos são Derek Roddy, Pete Sandoval, Dave Lombardo e Paul Bostaph.

Metal Face: Como vocês vêem o fato de fazer Death Metal no Brasil, especificamente no sul do Brasil, sabendo que dinheiro é algo que dificilmente se possa esperar a ponto de “viver da música”?
Douglas: eu gosto muito da cena aqui do RS, sempre teve ótimas bandas, e algumas já tiveram e tem grande reconhecimento, veja, por exemplo, o Krisiun, que até levou o nome do RS para o mundo, é como diz aquela velha frase, “grande celeiro de Bandas de Death Metal”, mas já ganhar dinheiro com Metal, isso é uma utopia – metal – farofa anos 80! (risos). Toco Death Metal porque gosto do estilo, de tocar e ver a galera vomitando o cérebro de tanto bater cabeça, e se matar nas rodas, do mesmo jeito que eu faço quando vou num show das bandas que eu gosto. Por isso que tocamos metal e não pra ganhar grana, se fosse por isso montávamos uma banda de forró! (risos)
Bruno: é, fazemos Death metal por puro amor à camisa mesmo. O fato da grana é complicado. Pois não somos ricos, longe disso, logo temos de rejeitar convites pra tocar em outras cidades puramente por falta de grana. Vontade de tocar mundo afora não falta! O negócio é seguir em frente!
Mou: realmente não dá pra se esperar um retorno financeiro garantido, o negócio é amor à camiseta mesmo!
Matheus: toco porque gosto, dinheiro é bom, mas aqui não tem como pensar nisto.

Metal Face: “OUT OF TOMB” é o nome da primeira Demo, gravada entre 2006 e 2007. Falem um pouco sobre a temática abordada por vocês e do que inspirou a composição não só das músicas, mas do material como um todo.
Douglas: no geral, nossas letras falam sobre a morte, neste Demo algumas letras usam o tema na forma fictícia, como “Decomposition In High Degree” e “Corpse Decapitation” (esta última escrita pelo nosso antigo vocalista Willian), Fictícia no sentido de conto de Terror, na “Doomcreeper” e “Possession of Spirit and Flesh” eu usei o tema de forma mais mitológica, claro se tu der uma lida rápida pode parecer só mais uma letra de death metal, mas eu acho que uma leitura mais reflexiva pode mostrar mais os simbolismos que usei. Já a parte visual e escolha do título eu trouxe as idéias pro restante da banda e começamos a divagar sobre elas.
Sobre o título “Out of Tomb” (fora da tumba), o adotamos por ser nosso primeiro registro em estúdio, seria como se falássemos: “Olha estamos aqui no underground lutando pelo o que acreditamos!”. (risos)
Mou: detalhe importantíssimo! A mão que aparece na capa é minha! (risos)

Metal Face: E a parte de planejamento, gravação, distribuição? Como vocês vêem esse processo? Teriam alguma sugestão para bandas que estão tentando realizar o registro e a divulgação do seu trabalho?
POSTMORTEM: gravamos no estúdio Electric, e estamos divulgando na internet e pessoalmente, pouco tempo atrás, conseguimos algumas distribuidoras fora do país, como a Maltkross na França, Symphonic Blast na Ásia, Gates of Horror 666 no Peru, Tour de Garde no Canadá e mais algumas outras ligadas à Maltkross. Aliás, gostaríamos de deixar nosso agradecimento ao Leonardo, da banda Decimator, que nos passou o contato com o Jeremy da Maltkross, da França.
Douglas: queríamos o máximo de qualidade possível com nosso orçamento, sem aquela cara de Demo e mais como um EP ou algo assim. E o processo de gravação foi bem divertido, porém demoramos bastante por falta de verba, então, fomos gravando cada sessão de instrumentos e quando a grana ficava curta, juntávamos mais, pessoalmente, com a venda de camisetas e adesivos e depois retomávamos de onde paramos. Já a divulgação é mais difícil, mas não menos divertida, é a mesma batalha para todas as bandas do underground. Mas por outro lado a Internet diminuiu muito as distâncias e isso ajuda muito.
Bruno: demorou bastante também devido à inexperiência nossa com gravação, mas, felizmente, gravamos com um amigo nosso, Protásio Júnior, dono do Estúdio Electric, que facilitou e muito no processo, não tornando a gravação um processo tenso.
Matheus: a meu modo de ver, foi bem tranqüilo, as gravações em si foram rápidas, o que demorou foi a gravação entre um instrumento e outro, eu esperava algo mais complicado em termos de gravar o cd mesmo, a mixagem e tal, mas não foi tão demorado o quanto eu imaginava.Valeu como experiência para a gravação do CD que espero que não demoremos muito a gravar.

Metal Face: Onde já realizaram shows? E como foi quanto à infra-estrutura e a recepção por parte do público?
Postmortem: fora de Pelotas, já tocamos em Santa Catarina, no Steel Festival, já tocamos em Rio Grande, Sapucaia do Sul e estamos com outros shows marcados para fora da cidade. Quanto à infra-estrutura, já tocamos em palquinhos 2x2 e já tocamos também em palco de teatro. Isso pouco importa, se a gurizada que for nos ver curtir, isso é o que vale! Infelizmente muitas vezes a sonorização em shows underground é precária. Afinal de contas, nossos recursos são escassos, e temos de optar pela sonorização mais em conta. O que resulta, muitas vezes, em uma qualidade sonora baixa nos shows.

Metal Face:Quais são as atividades hoje, e quais são os planos?
Mou: hoje, estamos compondo musicas novas, fazendo shows e trabalhando pesado na divulgação da nossa Demo. Esperamos, assim, aumentar nosso número de shows e fãs pelo estado e país, e, quem sabe, também fora. Pretendemos gravar material novo assim que possível, divulgar nosso som para o mundo, e tocar aonde pudermos! Death Metal Till Death!

Metal Face: Desde já agradeço a vocês pela colaboração com o nosso Zine e, para encerrar, peço que indiquem aí, para o pessoal, onde buscar mais sobre o POSTMORTEM.
Douglas: primeiramente, obrigado pelo apoio e espaço, sempre terão nosso apoio e respeito. Acessem www.myspace.com/postmortembrofficial, lá tem amostras das músicas da nossa Demo e nossa agenda.
Contato: banda_postmortem@bol.com.br ou douglaspostmortem@hotmail.com
Cartas para Rua Otávio Rocha, 64, CEP 96080-180 Areal, Pelotas/RS.




Entrevista por:Janice

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

resenha- I



“Between Two Worlds” foi um dos grandes lançamentos de 2006, e serviu para mostrar ao mundo o quão genial é o líder do Immortal, que lançou um disco musicalmente bem diferente de sua banda principal, mas mantendo toda aquela aura black que permeia a música do Immortal.Nota-se muitas influências de Motorhead neste álbum, até porque Abbath toca em uma banda cover de Lemmy & Cia, chamada “Bombers”. Mas nem só de Motorhead acha-se inspiração no disco, há muito de Venom e Bathory em muitas músicas, soando até de certa forma bem original. É interessante notar que muitos músicos da cena black metal são influenciados por este lado mais “rock and roll” do negócio, o mesmo ocorre com o projeto de Shagrath do Dimmu Borgir, chamado “Chrome Division”, onde ele toca guitarra em vez de berrar. Talvez este disco esteja mesmo “entre dois mundos”, ou seja, o mundo do rock and roll sujo de um lado, e o black clássico de outro, um contraponto que tem tudo a ver, pois o Venom foi influenciado pelo Motorhead! A primeira faixa, “The Storm I Ride” já é uma das melhores do disco, com um ritmo mais rápido e um riff marcante... Abbath mantém um pouco de sua linha vocal do Immortal, só que um pouco menos agressivo, certamente bem mais limpo. “Warriors” é mais lenta e cadenciada, contando com belos solos de guitarra. “Between Two Worlds” também cai mais pelo lado cadenciado, com riffs bem sacados e cortantes, e o último solo é uma clara referência ao imortal Bathory! Méritos dos guitarristas Abbath e Ice Dale (também Enslaved). “Battallions” é bem rápida, com riffs bem marcantes, e uma pegada matadora de bateria, à cargo do também integrante do Immortal, Horgh. “Days of North Winds” é outro grande destaque por causa do trampo fantástico de guitarras! E se você curte muito Bathory vai se emocionar com “Far Beyond the Quest”! Em termos gerais é um disco fantástico, que contou com a produção de Geir Luedy, e mixado pelo mestre Peter Tagtgren (guitarra e vocal do “Hypocrisy”), que já trabalhou bastante com o “Immortal”, além é claro, de dezenas de bandas. A capa do álbum é bem simples, apenas com o nome (!) da banda, porém é marcante!



Por Maicon Leite

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

release-Symphony Draconis





Symphony Draconis - ReleaseNo verão de 2006 surge, com a proposta de movimentar o cenário black metal, fugindo da mesmice e dos padrões já arraigados ao estilo, SYMPHONY DRACONIS. Da projeção de Herr Amoth (vocais), Thiernox (guitarra), Aym (guitarra) e Helrier Berzerker (bateria), com o intuito de criar uma linha ideológica na qual fosse prezado o verdadeiro potencial humano, livre da influência deletéria do mundano antro eclesiástico vigente. Erguendo-se contra ídolos, panteões, pseudofilósofos e o patético rebanho de escravos adoradores.
No inverno de 2007 ingressa na banda o baixista Flowsthaingrof, trazendo ainda mais solidez, estabilidade e peso.
Soando como uma ária enérgica, o Symphony Draconis mostra-se repleta de elementos vigorosos, severas melodias, riffs cortantes e intensas vociferações sustentadas por um denso, preciso e violento pulsar.
Em Abril de 2008 é lançado o primeiro registro oficial do grupo, sob o titulo "Inside The Horned Pentagram" que conta com três faixas. A banda retorna ainda esse ano ao estúdio para dar inicio as gravações do seu primeiro álbum.
“Diante de nenhum de seus ídolos impressos eu me curvo em respeito, e aquele que uma vez disse "deverás" para mim é meu inimigo mortal!"
contatos:
www.myspace.com/symphonydraconis
www.symphonydraconis.com

Entrevista- Betrayer Bolívia




A banda Betrayer (Thrash / Death
Metal) começou seus trabalhos em
meados de 2005, contando com o
Japonês Akio Inowe e o Boliviano
Mauricio Carreño nas guitarras; o
também Boliviano Luis Alpires, vulgo
Rotten, no contrabaixo e vocal; e na
bateria o alemão Heiflsen Ottenburg
Pelaes. Em menos de 8 meses de
trabalho, a banda fecha contrato com
o selo Oxido Metal Records e lança
seu álbum de estréia, denominado
Outburst. Atualmente, a banda
mantém a mesma formação e lança
seu segundo álbum, intitulado “Eye
for an Eye Lie for Lie”, pelo selo Metal
Priest. O álbum conta com oito faixas
que contém muita referência ao
Thrash dos anos 80 e ao Death, conta
também com uma faixa totalmente
Doom. Neste, como nos demais
trabalhos, a Betrayer sempre
trabalhou com letras em inglês,
sendo que em princípio não pretende
gravar nada em espanhol.
Com a palavra: Betrayer!




Metal Face - Primeiramente,
agradeço ao tempo cedido por você,
Maurício. Como vocês chegaram ao
nome Betrayer?
Maurício: Velho, na verdade o
nome tem dois significados, a gente
chegou a Betrayer por que aqui, na cena
musical da Bolívia, você encontra muita
hipocrisia, para com o que as pessoas
realmente pensam e sentem, se vendem
por fama ou dinheiro. A gente prefere
fazer o que realmente gosta. Estamos
entre o comercial e o underground, na
verdade. E o segundo motivo é por que
todos os integrantes da banda são loucos
pela canção Betrayer da Kreator, “somos
os mais brothers of true metal do que
Manowar” (Risadas)



Metal Face - Como toda a
banda se conheceu?
Maurício: Eu estudava com o
Akio no segundo grau, a gente sempre
teve a idéia de criar uma banda, então
conhecemos o Rotten através da
distribuidora de cd’s dele, já que a
pirataria na Bolívia é uma coisa natural e
não punida, ele é o único cara que traz
cd’s originais aqui na cidade. Fomos tocar
juntos e ele trouxe o baterista, que é seu
amigo de infância, nos demos muito bem
e seguimos até hoje.



Metal Face - Como vocês trabalham
nas composições?
Maurício: A gente sempre trabalhou
junto, do mesmo modo; nos reunimos em
minha casa depois de um ensaio e
trabalhamos com um metrônomo,
tocamos e gravamos as idéias em
ambiente (um canal para tudo), nos
próximos ensaios tocamos as frases e
vamos polindo. O Rotten (baixo/ vocal)
escreve todas as letras, mas se algum
integrante não concorda com a letra
agente fala livremente.



Metal Face - E qual é a
temática das letras neste novo
trabalho? Sendo que há três anos
atrás a Bolívia ficou em segundo
lugar no ranking de país mais
corrupto do mundo, perdendo
somente para a Nicarágua, vocês
mantêm a linha do primeiro disco,
com muitas críticas à corrupção?
Maurício: (Risadas)
Infelizmente é a situação do país, mas as
letras falam de experiências pessoais,
política, corrupção, perversão e desastres
naturais.Tentamos passar nossa
mensagem para que as pessoas possam
mudar o seu modo de pensar, ver de
outra forma as coisas e serem elas
mesmas.



Metal Face - Como foi o
processo de gravação deste novo
disco?
Maurício: Completamente
diferente da nossa primeira demo.
Fizemos tudo errado, gravamos as linhas
de guitarra, depois o baixo e depois o
vocal, e por último a bateria. Mas a gente
tinha conseguido equipamentos bons pra
gravar (aqui é meio complicado por que
não temos estúdios realmente bons e
bem equipados, além de tudo é muito
caro). No entanto, por fim, agora, fizemos
tudo certo, ainda que sem tantos
recursos, tivemos muito tempo gravando,
em casa mesmo, para poder sair, já
temos mais experiência e tivemos a sorte
de poder contar com a ajuda de músicos
muito bons daqui, com anos de
experiência; o Ricardo Chino Frio (exguitarrista
da banda Azul–Azul, que tocou
pela Europa e América Central) é um
deles. Assim, o processo foi como teria
que ser.



Metal Face - Para finalizar gostaria
que você nos contasse como foi a
troca de selo?
Maurício: A gente trocou de selo mais
pela liberdade. Com a Oxido Metal foi
bom por que a gente não teve gasto
nenhum, eles fizeram toda a publicidade,
o encarte e o CD, depois de um tempo a
gente estava recebendo proposta pra
tocar em outros lugares, mas a Oxido não
nos permitia. Queríamos mais poder
tocar, era mais por prazer que por outra
coisa, então, assim, decidimos cortar
relações com a Oxido Metal e fechamos
com o Metal Priest. Ainda que a gente
tenha que pôr dinheiro para os Cds, pelo
menos a gente pode tocar aonde quiser.
Temos muito mais liberdade.



Metal Face - Novamente obrigado e
sucesso pra vocês!
Maurício: A gente que agradece a
oportunidade pra divulgar o trabalho.


Para quem quiser algum
material: http://www.betrayer.8m.com/



Entrevista por:Marcos Marschall

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

resenha-Lord Haunted



Lord Haunted
“Bang’em Till Bleed the
Bone”


Apostando em um som bastante
consistente e pesado, os
santistas da Lord Haunted se
saíram muito bem em seu
primeiro trabalho oficial, já que
anteriormente haviam gravado
apenas covers de Exciter, King
Diamond, etc. E é justamente
nestas bandas que a banda tem
influência, principalmente no
vocal afiadíssimo de Marcos
Fazzio, que por pouco não se
torna vocal do Exciter! Além
disso, a banda já participou de
um tributo ao Running Wild e
outro para o Manilla Road,
lançado este ano, contendo a
música “Dig Me No Grave”, que
também está contida nesta
“demo”. “Divine
Imperfection” começa bem
rápida, com riffs matadores e
Fazzio arrebentando nos agudos.
Preste atenção nos solos de
Roger, bastante inspirados e que
ultimamente andam meio
esquecidos por grande parte das
bandas. “Aphelion” tem uma
linha vocal muito boa, onde
Fazzio interpreta realmente a
música, algo como o mestre King
Diamond faz, dando um toque
especial a todo o peso. “Geld
Yourself” segue a mesma linha,
só que com um toque mais
“calmo” na metade da faixa e
novamente os solos são de
arrepiar! Agora, se você é
headbanger e não ficar
empolgado com os riffs
cavalgados e empolgantes de
“Better By the Bullet”, você
possivelmente tem sérios
problemas... É muito difícil
encontrar bandas deste porte no
Brasil, tocando heavy metal
tradicional oitentista, e, além
disso, a Lord Haunted soa
original e encontra-se pronta
para conquistar os fãs do puro
metal. Encerrando o play temos
um cover do Manilla Road, “Dig
Me No Grave”, com um peso
absurdo e que certamente deve
ter deixado Mark Shelton feliz. O
restante nem preciso falar
muito, já que a gravação está
muito além da média e a parte
gráfica bem produzida, com
absoluto destaque para a capa.
Se você gosta das bandas
citadas acima e de metal
tradicional em geral, a banda é
uma excelente pedida!


Por Maicon Leite

Entrevista- Pettalom








No ano de 2003, chega em minhas mãos um CD maravilhoso, de uma banda até então desconhecida pra mim. Era o CD The Wine of the Night, do Pettalom. Por algum tempo veio a ser a trilha sonora da minha vida. Essa banda de 12 anos de estrada, algumas superações, dificuldades e muita criatividade ganharam espaço merecido na cena Metal do Brasil, que todos sabem o quão difícil isso acontecer nesse país sem o apoio do governo para a cultura alternativa. Deixo-lhes uma breve entrevista com o Marcos (vocal), que com grande receptividade concedeu à primeira edição de nosso Zine.

Metal Face: Gostaria em primeiro lugar, de agradecer a entrevista cedida!
Marcos: Eu é que agradeço esta oportunidade de divulgação e ressalto que estou muito satisfeito em estarmos presentes na inauguração do seu zine. Prosperidade e vida longa e vitoriosa!


Metal Face: O Cd “The Wine of the Night” tem um detalhe muito peculiar, que nunca vi em nenhuma outra banda brasileira, que é o canto gregoriano e vocais limpos em português. De quem surgiu essa idéia?
Marcos: Quando lançamos o primeiro CD The Wine of the Night, que acabou virando unanimidade de crítica e público e um clássico vital do gothic metal nacional. Ainda não havíamos concebido esta idéia de acrescentarmos corais e cantos gregorianos. A idéia surgiu da mente do Alan, guitarrista e principal compositor do Pettalom após ouvir muito Type 'o' Negative, Therion, missas gregorianas e até Era na época. Ele achou que esses elementos cairiam muito bem no trabalho da banda e enriqueceriam nosso estilo, e todos nós concordamos com ele. O único problema é que a gravação e produção desses corais se tornaram custosas e ainda estão em andamento, retardando bastante a finalização dos trabalhos do álbum. No entanto, as músicas estão ficando excelentes, e creio que todos concordarão no devido tempo que valeu muito a pena. Algumas dessas músicas já executamos em apresentações ao vivo com os corais pré-gravados e o resultado foi muito bom.

Metal Face: No que se basearam para fazer as composições?
Marcos: As composições do Pettalom, em geral, são baseadas em temas góticos e míticos, realidades intrapsíquicas e subjetivas, tudo numa atmosfera poética e melancólica, tudo com muita alma e emoção! A concepção e elaboração desses temas ficam a meu cargo, pois sempre escrevi sobre essas coisas e além das letras, escrevo poemas e contos obscuros sempre que me sinto inspirado, e esta é uma parte desconhecida minha, pois nunca publiquei nada.

Metal Face: Como foi a recepção do público em relação a esse Cd?
Marcos: A recepção do público tem sido excelente desde a época do lançamento (2000) e seus ecos repercutem até hoje. Uma prova disso é o excelente retorno que estamos tendo no momento aos vídeos raros e ao vivo do PETTALOM que recentemente postamos no www.youtube.com. Esses vídeos mostram todo o potencial da banda ao vivo, em momentos distintos colhidos entre esses 8 anos de lutas , persistência e constante instabilidade na formação devido às dificuldades extremas que o cenário do metal nacional atual passa devido à falência de várias gravadoras e a parada de investimentos de outras, devido à crise do MP3 e as baixas de vendas resultantes disso. Mas quem assiste aos vídeos nem percebe esse pano de fundo, vê apenas a interação do Pettalom com o público e sente porquê a banda vem se tornando cada vez mais uma lenda dentro do cenário nacional.


Metal Face: O livro da capa do Cd era de sua avó, certo?O que levou a banda a usar essa imagem e como foi o processo de gravação?
Marcos: A imagem se escolheu por si própria, podemos assim dizer, pois ela foi fotografada na sessão de fotos fora do roteiro que tínhamos para a capa. Os objetos ficaram espalhados pelo gramado, e o fotógrafo viu essa disposição dos objetos envolvidos na cena (livro, taça de vinho e folhas secas) e fotografou apenas para registrar. Quando enviamos as fotos à gravadora (Demise Records), eles nos devolveram a imagem trabalhada e com a coloração alterada e sugeriram que aquela deveria ser a capa devido à atmosfera que ela passava; no que concordamos prontamente. O livro era um antigo livro psicografado escrito por minha falecida avó bem antes de eu nascer, e o título é o Poder da Vontade, e eu nunca consegui lê-lo porque a letra manuscrita é indecifrável pra mim.

Metal Face: Selmer deixou um material com teclados para o próximo Cd. Vocês chegaram a usufruir desse projeto em alguma homenagem póstuma?
Marcos: Bruno Selmer (outra lenda do gothic metal nacional, ex-tecladista do pioneiro Silent Cry) passou um ano conosco em nossa cidade, trabalhando nas linhas de teclado que seriam usadas no nosso próximo álbum, e deixou um vasto material referente à isso conosco, pouco antes de voltar para o Estado de Minas Gerais e lá cometer suicídio (foram estas as informações sobre ele que nos foram divulgadas na época). Foi um período muito sombrio para nós, pois a notícia da morte dele veio numa época de profunda crise na banda e instabilidade interna. Parecia que não havia mais futuro para nós dentro daquele imenso abismo de crises e dificuldades. O resultado desse período é a demo tape Ancient Sacraments, contendo rascunhos sonoros das idéias que seriam utilizadas no segundo álbum. Por incrível que pareça, apesar da produção tosca, a demo teve ótimas resenhas nas seções de demos das revistas especializadas, sendo destaque na Roadie Crew e na Valhalla (atual Rock Hard), porém sendo malhada na Rock Brigade (risos). Eu particularmente não gosto dessa demo, as músicas que estão lá não foram feitas para estarem juntas em seqüência num mesmo registro e não dão conta nem de 10 % das idéias gerais do próximo CD, já que são rascunhos e não abrangem as composições mais trabalhadas, rápida e mais pesadas. A faixa No Regret é composição de Bruno Selmer, viajante, depressiva e a primeira a trabalhar a inserção dos tais cantos gregorianos. Haverá mais uma faixa inteira dele no próximo trabalho
e usamos cerca de 40 a 50 % de partes totais que ele gravou, já que em muitas músicas a linha de teclado já estava concebida, e ele, virtuose e perfeccionista que era, acrescentava muitas camadas de arranjo e no final tivemos que subtraí-las. Com certeza, este trabalho como um todo terá como uma de suas funções uma homenagem póstuma a esse grande músico da cena nacional. RIP.

Metal Face: Há pouco tempo, 3 integrantes deixaram a banda. Vocês já têm substitutos em vista? Quais são os projetos da banda para 2007 e 2008?
Marcos: A banda no momento está praticamente reduzida a seus fundadores (eu, Alan de Augustinis e Fernando de Almeida). Felizmente todo o instrumental já está gravado, então estamos tranqüilos quanto ao CD, e negociando e tendo contato com uma nova vocalista para gravar os vocais femininos nele. Estamos pensando na possibilidade do Alan assumir o baixo e retirarmos uma das guitarras, já que teríamos uma dor de cabeça a menos com novos integrantes. Estamos realmente cansados de integrantes que entram na banda tendo mil fantasias de que futuro terá nela e em seguida desistem de lutar e continuar perante os obstáculos que surgem, final, infelizmente não somos ricos e não dispomos de quantias adequadas aos gastos que temos para construir rapidamente os objetivos do caminho que trilhamos. O Pettalom é uma locomotiva lenta, mas que não pára nunca, e que sempre vai multiplicando seu público a cada obstáculo vencido, e os fãs tem nos ajudado em muito! Continuem nos divulgando! Queremos provar que o sucesso de uma banda se faz e se mantêm com a admiração do público, e não com dinheiro unicamente. Existem muitas bandas arrogantes por aí que acham que o dinheiro e o investimento dele unicamente comprarão de imediato seu lugar alto na cena, passando por cima de outros que batalham incansavelmente e enfrentam o peso da dificuldade há muito mais tempo. O tempo, a qualidade e a persistência é que selecionam quem pára e quem continua! Isso é um desabafo pessoal meu que estou desentalando da garganta!

Metal Face: E as influências da banda? Pode nos citar algumas?
Marcos: Nossas influências desde o início, vem do Heavy Metal tradicional dos anos 80 e do Gothic Metal dos anos 90. O som do Pettalom nasceu do cruzamento dessas duas vertentes e formou seu estilo particular em cima disso.

Metal Face: O que você pode adiantar aos fãs sobre o próximo álbum. Já tem nome?
Marcos: O próximo álbum será o a tão aguardado há mais de 8 anos "Ancient Sacraments"(não confundir com a demo tape homônima, lançada há alguns anos atrás). Ele só não saiu no tempo que devia por questões financeiras que já expliquei e estamos bancando o final das gravações de nosso próprio bolso, então prevejo muitos meses de espera ainda até que seja lançado. Além disso, precisamos encontrar um selo que esteja disposto a masterizá-lo e a lançá-lo em seguida. A Demise Records parou de investir em bandas com a crise do mercado fonográfico, e fizemos um acordo com eles. Estamos liberados para lançar o LENDÁRIO Ancient Sacraments por outro selo ou gravadora. Estamos abertos a contatos através do meu e-mail marcosrriva@gmail.com.Podem ter certeza que este poderá ser o maior disco de heavy metal/ gothic metal já lançado no Brasil, não perderíamos tempo de nossas vidas durante 8 anos para lançarmos algo que fosse fraco ou comum. As dificuldades nos tornaram mais exigentes, críticos e mais diretos e realistas. O PETTALOM não pode se dar ao luxo de vacilar mais.

Metal Face: Como fã da banda, gostaria agradecer mais uma vez em nome de toda a equipe Metal Face e deixar o espaço aberto pra você, Marcos. Sucesso à banda e parabéns aos trabalhos maravilhosos e aguardo ansiosa pelo próximo.
Marcos: Meus mais profundos agradecimentos a você Larissa e a todo o zine, por ter nos convocado para esta entrevista que considero um marco na trajetória do Pettalom, pois é uma síntese de nosso passado, presente e futuro. Aos nossos fãs mais antigos e aos mais novos, peço sempre que nos divulguem entre seus amigos, pois sei que a força dos amigos e dos fãs é infinitamente valiosa para uma banda como a nossa e infinitamente superior ao poder do dinheiro das bandas capitalizantes que estão se tornando um reflexo do atual momento de profunda crise na cena e no mercado fonográfico. Fã do Pettalom: é a sua divulgação e colaboração que nos mantém vivos e crescendo! Muito obrigado! ENTREM AGORA NO YOUTUBE, digitem o nosso nome lá e confiram nosso trabalho. Quem apreciar me adicione no orkut para criarmos um canal direto de divulgação e deixem seus comentários na comunidade Pettalom do orkut. Ergam seus castiçais e livros antigos! O Pettalom, graças a vocês já é uma lenda da cena nacional!


Entrevista por:Larissa B.Varella

Resenha-Decimator


Banda/álbum: Decimator – “Killing Tendecy”
Decimating Records

Atualmente a Decimator é a maior representante do Thrash Metal gaúcho, e infelizmente uma das poucas do estilo, que é voltado ao som praticado nos anos 80, aquele thrash rápido, recheado e passagens empolgantes, perfeitos para agitar na frente do palco, dar moshs e bater cabeça. “Killing Tendecy”, primeiro disco do pessoal, é uma porrada na orelha, e a gravação ainda conta com o vocalista César, que saiu dando lugar a Leonardo Scheneider, ex-Hateworks. O disco, que foi gravado no ano de 2005 no Estúdio Hurricane, conta com uma excelente produção, feita pelo grande Seba. A arte gráfica também é excelente, com a capa confeccionada por Marcos Miller, um às das artes gráficas. Ao todo são 10 músicas, sendo que 7 são bônus, que saíram da demo lançada anos atrás. Os destaques do disco ficam por conta de porradas sangrentas como “Criminal Mind”, com solos muito bons e pegada massacrante de bateria, assim como “Bloodish War”, que nos remete totalmente aos anos 80, principalmente ao trampo de Eduardo e Rodrigo nas guitarras. “This Land Has Owner” lembra Slayer, e destaco o trabalho da baixista Patrícia! Logicamente que as antigas músicas da demo são muito fodidas, torna-se impossível deixar de falar destas pequenas pérolas thrashers, que felizmente estão presentes neste grande debut! Felizmente podemos contar com o thrash da Decimator para representar o metal gaúcho, e mostrar que o nosso estado possui bandas ótimas em todos os estilos, do heavy ao death! Entrem em contato com a banda pelo site: http://www.decimator.com.br/, ou pelo e-mail: thrash@decimator.com.br.





Por Maicon Leite

Sobre Arte - Por Greice Coelho

A Arte corresponde a uma necessidade fundamental do ente humano, seu mais nobre objetivo é traduzir esteticamente uma experiência sensível da vida em sua plenitude. Acontece-lhe é verdade, servir a outros fins: religiosos, políticos, sociais, simbólicos... Mas, estes fins, louváveis ou não, alheios são à função nobre da arte e podem até constituir obstáculo a sua realização. O desejo de expressão pela Arte é tão profundamente humano que desde a Pré-história observa-se todo tipo de manifestação desse impulso, seja na matéria, na dança, nos sons... Enfim, o homem é incitado na tentativa de “eternizar” todos os eventos de que tem experiência sobre a face da Terra. Poucas atividades estão sujeitas a tantas interpretações diferentes como a Arte, cujo significado varia de acordo como o tipo e ângulo de que é observada. Filósofos encontram nela elementos de uma teoria estética; historiadores veriam todo o aspecto de uma civilização; engenheiros e arquitetos estariam mais interessados pelo aspecto técnico e menos sensíveis a uma expressão pessoal. O artista pode expressar sua própria sensibilidade ou atitude emocional de modo a evocar no público uma idêntica reação à situação que ele apresenta, eis o MÁGICO poder da Arte em todas as suas formas. Lembrando Tolstoi em “Que é Arte?”, é imprescindível a função social de qualquer manifestação artística, e, portanto, a sua MÁXIMA JUSTIFICAÇÃO, na transmissão das emoções por contágio, ou infecção. “A Arte - disse ele - é uma atividade humana, que consiste em um homem transmitir a outros, conscientemente, por meio de sinais exteriores, sentimentos que experimentou, fazendo que esses outros experimentem”. Tendo chegado a essa concepção da natureza das linguagens estéticas, Tolstoi introduziu inevitavelmente um critério moral para a apreciação da Arte e do que seria realmente Arte, “os melhores e mais altos sentimentos a que os homens se elevam”. “As artes são nosso armazém de valores preservados. Elas saltam das horas das vidas de pessoas excepcionais, e as perpetuam, quando o seu controle e o seu domínio da experiência está no auge, as horas em que as variáveis possibilidades de existência são mais claramente vistas... Tanto na gênese da obra de arte, no momento criativo, quanto no seu aspecto veículo de comunicação, podem encontrar-se razões para dar às artes um lugar importantíssimo na teoria do valor... valor humano e eterno...
Nas Artes encontramos o registro, na única forma em que essas coisas podem ser registradas, de experiências que precisam valer a pena para as pessoas mais sensíveis e mais capazes de discernimento...” – diz Richards , em citação no livro Estética e Teoria da Arte. “OH! RAROS, INSANOS E ROMÂNTICOS SENSÍVEIS “... mergulhados, na maior parte do transcorrer do tempo, num mar de cultura pobre, pouco exigente, vulgar, agressiva, pouco seletiva, comercial... enfastiante... Resta a esses sensíveis viverem um “salvem-se quem puder!”.
Falemos de música. A música (do grego musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser apreciada simplesmente como o que é, uma obra estética, alimentando a sensibilidade humana, o que para muitos seria sua
rincipal função. Mas, pode atender à diversas outras finalidades , tais como a militar, educacional ou terapêutica (musicoterapia). Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais, mesmo assim a “função” social e cultural da música está impregnada na intenção de cada finalidade para qual é empregada.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Entrevista:Sky in Flames



Tendo um bar onde são realizados quase que
semanalmente shows do meio underground, acesso a
todos os tipos de bandas de todos os cantos do RG, e às
vezes de fora. Acontece muitas vezes de não conseguir
acompanhar os shows na íntegra, mas sempre pergunto,
aos presentes, pareceres acerca do que acompanharam.
Assim fiz após o festival Sounds From The Grave, em julho
de 2007. Estiveram no palco Decimator (Thrash/POA),
Ablaze (Death melódico/ Pel), Postmortem (Death/Pel) e
Sky In Flames (Black Death/ Esteio), merecedoras de
honrarias por terem realizado apresentações dignas de
bons comentários, os quais, acrescento, foram-me feitos
por pessoas de alta criticidade. Então, entre elas, para
abrir minha participação neste fanzine, escolhi Sky In
Flames. Guerreiros de Esteio, estes que já enfrentaram
problemas na aduana e, devido a isso, atraso e falta de
equipamento, o que não os impediu de realizar show no
Uruguai, divulgando sua demo Blinded by Hate; bem como
viajaram horas e horas para São Paulo, com o propósito de
divulgar sua demo "Carnal Putrefaction”. Eis mais um
pouco sobre a banda, através das palavras do vocalista,
Marcelo Maciel.



Metal Face - Em primeiro lugar, obrigada por
atender ao convite feito para expor um pouco acerca do
trabalho da banda a este fanzine.
Marcelo Maciel: Eu é que agradeço, em nome do Sky
In Flames, pela oportunidade.



Metal Face - “Sky In flames”, ou “céu em chamas”,
um propenso paradoxo de significado e possíveis
interpretações bastante interessantes. Existiu um motivo
específico para a escolha de tal denominação?
Marcelo Maciel: O nome da banda está diretamente
ligado ao que abordam a maioria das letras, o anticristianismo,
mas nós procuramos expor isso de uma forma a qual possa ser
vista inclusive pelos olhos de um cristão, por exemplo. Sky in
Flames, denota uma visão apocalíptica, e como todo mundo
sabe, o apocalipse é a descrição do fim do mundo segundo a
própria bíblia dos cristãos.



Metal Face - Com relação a estilo, o que se pode
esperar? Há influências que transparecem nas produções?
Marcelo Maciel: Somos 5 integrantes, e cada um tem
as suas influências, algumas coincidem, outras não, mas de certa
forma elas sempre acabam aparecendo nas músicas, seja em
qualquer parte, vocais ou instrumentos. No entanto, definir o
nosso som baseado em influências eu diria que é bastante difícil,
porque pessoas que escutaram pela primeira vez já disseram
identificar influências de bandas muito distintas, desde Death até
Marduk...



Metal Face - O Sky In Flames já teve algumas
mudanças de integrantes, uma, inclusive, bem recente, em
que entrou o baixista, Gabriel Geitens. Há reflexos disso
no trabalho?
Marcelo Maciel: Sem dúvida, mudanças na formação
às vezes são necessárias e acabam refletindo no som da banda
sim, felizmente, até agora, todas as mudanças que a banda
passou a tornaram mais bem entrosada, e conseqüentemente,
nós evoluímos musicalmente, acredito que a entrada do Gabriel
tenha o mesmo resultado, porque analisamos vários pontos para
colocarmos ele na banda.



Metal Face - Com relação às composições, como se
dá o processo? Existe uma temática preferida?
Marcelo Maciel: Como eu havia dito, abordamos
principalmente o anticristianismo, isso é feito de muitas formas,
seja com metáforas ou com críticas diretas, mas ainda não há
uma obrigatoriedade de abordagem. Quanto à parte
instrumental, muitas vezes a música nasce nela, o Wagner ou o
André apresentam riffs que eles aprontaram, e nós conversamos
sobre qual o sentimento que esta música deve passar, em cima
disso eu faço as linhas vocais e letras, a mesma coisa com a
bateria, que o Jéferson constrói sempre pensando no sentimento
que a música deve estar passando naquela parte, para que a
bateria se encaixe bem com o resto da música, em todos os
pontos, todos os membros da banda dão sugestões, então o
processo de composição acaba saindo bem com a identidade que
todos nós buscamos pro nosso som.



Metal Face - Vocês já possuem duas demos, a
Blinded by Hate, que também conta com a faixa Shadows,
e a Carnal Putrefaction. Como foram as experiências de
gravação?
Marcelo Maciel: Bom, o caso da Blinded by Hate foi
algo gravado sob pressão até, porque muita gente escutava o
nosso som, mas nunca tinha nenhum material pra comprar,
então nós pegamos as músicas que achávamos que estavam
melhores na época e gravamos, foi algo meio corrido, e nós não
tínhamos grandes experiências com gravação, mas sempre nos
fizeram boas críticas a respeito do material. A Carnal
Putrefaction, que tem só essa música na demo, foi algo que
gravamos totalmente na correria, porque estávamos indo fazer
um show em São Paulo e não queríamos chegar lá com um
material que não correspondia mais com a formação atual da
banda. Nós melhoramos muito desde a Blinded by Hate e
queríamos poder mostrar isso para o público. A música foi
gravada em duas noites com a ajuda indispensável do Sebastian
Carsin, e mesmo com aquele sentimento de “poderia ter ficado
melhor” por causa da correria, o resultado final nos agradou
bastante e vem agradando pelos lugares aonde nós fazemos
shows. Assustou algumas pessoas por ser uma sonoridade
diferente da primeira demo, mas acredito que quando elas forem
regravadas juntas para o nosso debut, será bem mais fácil de
entender que embora diferentes, as músicas têm todas o mesmo
espírito.



Metal Face - Sabendo que o meio underground
dispõe de um número considerável de bandas e que a
grande maioria não teve as oportunidades que vocês,
como de tocar no Uruguai, durante a divulgação da demo
Blinded by Hate, fale um pouco sobre essa experiência.
Marcelo Maciel: O show que fizemos no Uruguai este
ano foi único, em todos os sentidos, tivemos vários problemas
que poderiam ter impossibilitado que nós fizéssemos o show,
mas no fim isso acabou nos servindo como incentivo para que
agente desse o sangue em cima do palco. Na fronteira com o
Uruguai, nossos instrumentos foram barrados, tivemos que
deixar tudo em um hotel, e chegamos lá de mãos abanando,
tocamos com instrumentos emprestados e com uma afinação
abaixo da que nós usamos. Certamente só a afinação já seria um
problema suficientemente grande para que o show fosse uma
merda e, além disso, nós ainda perdemos 4 horas na aduana,
tentando levar os instrumentos. No fim das contas, depois de 20
horas dentro de um ônibus, chegamos ao local faltando 20
minutos para o show, o lugar já estava cheio de gente esperando
pra entrar, nós passamos meia música e abriram as portas da
casa, que por sinal lotou. Em meio a isso, nós cinco tivemos
pouco tempo pra conversar antes de o show começar, mas a
única coisa que conseguimos realmente concordar é que nós não
tínhamos viajado tanto pra desistir de um show, então o fizemos
assim mesmo, e a resposta do público não poderia ter sido
melhor, talvez por perceberem o esforço que tínhamos feito pelo
show, a galera apoiou muito durante o show todo. Sem dúvida,
uma experiência única.



Metal Face - E com relação a Carnal Putrefaction,
como está sendo a divulgação e o retorno do público?
Marcelo Maciel: A promo Carnal Putrefaction mostra
uma banda mais evoluída, isso também se reflete no palco. Nós
estamos muito melhor entrosados do que à algum tempo atrás,
dessa forma, os shows todos estão trazendo resultados ótimos
para a banda. Uhm, muito interessante destacar, é o show que
fizemos em São José dos Campos, São Paulo, em que nós
levamos demos, vendemos muitas, e no final do show havia
muitas pessoas nos cumprimentando e pedindo que
assinássemos as demos. É um tipo de reconhecimento muito
difícil de se conseguir, então para nós foi muito gratificante.



Metal Face - Existe diferença marcante entre os
públicos Gaúcho, Uruguaio e Paulista?
Marcelo Maciel: Existe sim, os uruguaios são
completamente insanos; eles não ficam te olhando durante o
show, ficam se “matando”, e lá pessoas que escutam de Poison a
Gorgoroth andam no mesmo grupo, é um tanto estranho, mas o
público de lá tem uma energia incrível. Os paulistas não chegam
a ser tão diferentes, só que não andam tão “mesclados” quanto
os uruguaios, eles têm uma visão muito boa do underground, e
apóiam mesmo as bandas, sem frescura, sem medo ou vergonha
de dizer quando curtiram alguma coisa, sem contar que o
respeito que eles têm por bandas gaúchas é incrível. Já o nosso
público, eu diria que é o mais difícil de se conquistar,
possivelmente pelo fato de nós termos muitas bandas de
qualidade na região, e também por boa parte do público aqui ser
composta por músicos. Nesse caso eu gostaria de destacar o
último show que fizemos, na cidade de Pelotas, um público que
haviam me passado que era “frio” com as bandas, mas nos
mostrou que fria mesmo só era a noite, tocamos a -3ºC e ainda
assim tinha uma galera no show apoiando a banda, e quando eu
digo apoiando era apoiando mesmo, curtindo o show, não
ficando num canto enquanto a gente tocava. Sem dúvida,
agradar pessoas em uma situação tão adversa (leia-se frio), e
ainda que estão acostumadas a bandas de qualidade, é muito
gratificante.



Metal Face - E agora, quais são os planos?
Marcelo Maciel: Atualmente, estamos estudando
propostas bem interessantes para tocarmos fora do país
novamente, e, para o começo do ano que vem, gravarmos nosso
debut. Com ele gravado, aí sim, pretendemos sair por aí
mostrando o nosso som pra quem tiver interesse, voltando a
lugares aon de fomos tão bem recebidos e passando por lugares
aonde nunca ouviram falar na gente.



Metal Face - Para finalizar, agradeço novamente
pela atenção e pergunto: como faz aquele que quer
conhecer, ouvir ou acompanhar a Sky In Flames?
Marcelo Maciel: Bom, quem tiver interesse, pode
acessar a nossa comunidade no Orkut, porque lá tem links pra
muito sobre a banda, vídeos, mp3, myspace, fotolog, enfim, tem
tudo lá, ou então acessar direto o myspace:
www.myspace.com/skyinflames. Muito obrigado ao Metal Face e
a ti, Janice, pelo apoio


entrevista por:Janice S.

SERPENT RISE Entrevista exclusiva da 3ª edição do Metal Face-

Banda existente desde meados de 93. Uma das precursoras do estilo Doom Metal no Brasil e ainda em atividade. Houveram algumas pausas para mudanças na formação e em 2004 volta às atividades, dividindo o palco com Amen Corner,em Farroupilha.



Metal Face: Não há como começar uma entrevista sem voltar aos anos 90, época em que Serpent Rise lança a demo “Anastenárides” e é convidada a tocar ao lado de Anathema no B.H.R.I.F. Agnaldo, conte-nos como foi a experiência. Que mudanças podemos perceber na banda desde aquela época?

Serpent Rise: TER TOCADO NO B.H.R.I.F, EM 1994, FOI ALGO ÍMPAR PARA A CENA BRASILEIRA E PARA A MINHA VIDA. DIVIDIMOS O PALCO COM UMA DAS BANDAS “CULTS”, DA CENA BRASILEIRA, O DORSAL ATLANTICA, ALÉM DE REPRESENTAR A “CENA” DOOM METAL TUPINIQUIM. OS INGLESES DO ANATHEMA NOS PRESTIGIARAM NAQUELA NOITE... ELES ESTAVAM AO LADO DO PALCO ASSISTINDO NOSSA APRESENTAÇÃO. MAS, AO LONGO DESTES 14 ANOS DE EXISTÊNCIA, É INEVITÁVEL UMA MUDANÇA NA SONORIDADE DA BANDA. CONTINUAMOS DOOM METAL, PORÉM COM UMA SONORIDADE ATUAL.



Metal Face: O ”The Gathered by” foi lançado em 98 e há pouco tempo essas músicas foram remasterizadas. Por qual motivo isso ocorreu? Não estavam satisfeitos com a antiga gravação?

Serpent Rise: NA VERDADE, O ÁLBUM HAVIA SIDO REMASTERIZADO NAQUELA ÉPOCA MESMO. O QUE HOUVE É QUE O GATHERED BY... KHARMA POSSUI DUAS VERSÕES. A VERSÃO NACIONAL, QUE FOI LANÇADA PELA MEGAHARD RECORDS E A VERSÃO LANÇADA NA EUROPA POR OUTRO SELO. A MINHA INTENÇÃO ERA APROVEITAR ESSA VERSÃO REMASTERIZADA, PARA RELANÇAR O ÁLBUM, MAS POR ENQUANTO, ABANDONEI ESSE PROJETO PARA ME CONCENTRAR NO LANÇAMENTO DO NOSSO CD-SINGLE “EUPHORIC WAVES OF MELANCHOLY” PELO MEU PEQUENO SELO: DOOM WORSHIPPERS PRODUCTIONS.



Metal Face: Falando sobre a cena local. Santa Maria, apesar das ótimas bandas, esteve muito tempo parada em relação a festivais. Nos últimos 2 anos tem ocorrido a Obscure Faith Festival,organizada pelo novo baixista e na qual a Serpent tocou na última edição.
Eu estava presente e pude perceber que, apesar dos imprevistos com a aparelhagem, na hora do show, vocês não foram prejudicados por sua experiência com o palco, o que não deixou público parado. Aliás, foram bastante receptivos e cantaram juntos na hora do hino “Kharma”. Qual sua visão nesse aspecto sobre a cidade?

Serpent Rise: CONCORDO COM VOCÊ, LARISSA, SANTA MARIA POSSUI UMA CENA LOCAL COM BONS VALORES, TAIS COMO: ABYSSVM AVSTRALIS; SCARPAST; ENVOUTMENT; SWAMPY; DARK TORMENT; 333 ENTRE OUTRAS. A CARÊNCIA DE SHOWS FOI SUPRIDA PELO OBSCURE FAITH FESTIVAL, EMBORA OUTROS FESTIVAIS TENHAM SURGIDO APÓS E SOB INFLUÊNCIA DO OBSCURE. SÓ QUEM GANHA COM ISSO É O PÚBLICO SANTAMARIENSE QUE TEM APOIADO NÃO SÓ A CENA LOCAL, MAS TAMBÉM O UNDERGROUND EM SI. EU, PARTICULARMENTE, GOSTO MUITO DE TOCAR EM MINHA CIDADE.




Metal Face: As músicas oscilam entre guturais e vocais limpos, guitarras penetrantes e melodiosas. As composições ficam por conta de quem?E que mensagens trazem nas letras?

Serpent Rise: TODOS NA BANDA PARTICIPAM ATIVAMENTE NO PROCESSO DE COMPOSIÇÃO E ARRANJO DAS MÚSICAS. A TEMÁTICA LÍRICA DA SERPENT RISE NÃO FOGE MUITO AO ESTILO, OU SEJA, SÃO LETRAS ABORDANDO PERDAS, MELANCOLIA, SOLIDÃO.



Metal Face: Após essas várias mudanças no cast, a banda parece estar em sintonia.
Todos têm a mesma ideologia, vertentes? Quem são os novos membros e quais são os projetos paralelos à banda?

Serpent Rise: EU POSSO AFIRMAR QUE TODOS NÓS SOMOS APRECIADORES DO HEAVY METAL. EVIDENTE QUE NEM TODOS ESCUTAM DOOM METAL 24HS POR DIA, MAS O QUE IMPORTA É QUE NOSSO BACKGROUND É FUNDAMENTADO NO METAL. ESSA FORMAÇÃO POSSUI UMA QUÍMICA ESPECIAL E AS COISAS TÊM FLUIDO EM PERFEITA HARMONIA ATÉ O PRESENTE MOMENTO. A SERPENT RISE NÃO É NOSSA ÚNICA BANDA, UMA VEZ QUE QUASE TODOS NÓS TEMOS PROJETOS PARALELOS, TAIS COMO: EU E O GILIAN TOCAMOS NA ARCANUM XIII (DARK METAL), O MAURICIO TOCA NA SWAMPY(THRASH/DEATH), O SÁVIO TOCA NA POÇOS E NUVENS (ROCK PROGRESSIVO) E O JOSÉ NETO TOCA EM UMA BANDA COVER DE DEEP PURPLE PARA GANHAR ALGUM DINHEIRO.



Metal Face: A banda já entrou em estúdio pra gravação do próximo CD? Por qual selo ele será lançado?

Serpent Rise: INICIAMOS AS GRAVAÇÕES DE ALGUMAS MÚSICAS NOVAS, NO SWP ESTUDIO, QUE É DO MAURICIO, NOSSO GUITARRISTA. NÓS ESTAREMOS LANÇANDO UM CD-SINGLE, PELO SELO DOOM WORSHIPPERS PRODUCTIONS, MAS ATÉ O MOMENTO NÃO HÁ NENHUMA OUTRA GRAVADORA PARA LANÇAR O PRÓXIMO CD DA SERPENT RISE.



Metal Face: E projetos para 2009. Pode-nos abreviar a agenda?Algum show aqui pelo Paraná?
NOS CONCENTRAREMOS EM GRAVAR MAIS DUAS NOVAS MÚSICAS E COMPOR O RESTANTE DO NOSSO NOVO ÁLBUM. EU ACREDITO QUE NO SEGUNDO SEMESTRE TOCAREMOS NO PALACE OF SIN FESTIVAL III, EM CURITIBA. PORÉM AGUARDAMOS O CONVITE PARA LEVARMOS NOSSA MÚSICA ATÉ TUA CIDADE (Cascavel/PR).



Metal Face: Há tempos gostaria de ter feito essa entrevista contigo. Moramos durante anos na mesma cidade e agora que me mudei para o Paraná que ela foi finalmente se concretizar. Fico feliz em contar com a Serpent Rise nessa edição do zine. Obrigada, Agnaldo e vida longa ao metal e à Serpent Rise. Agora, faça desse espaço suas palavras.

Serpent Rise: OBRIGADO, LARISSA, POR CEDER ESPAÇO EM TUA PRECIOSA PUBLICAÇÃO E LAMENTO MUITO QUE A CENA METAL SANTAMARIENSE TENHA “PERDIDO” UMA BATALHADORA. TU PODES NÃO ESTAR PRESENTE EM CARNE E OSSO, MAS SEI QUE EM PENSAMENTO VOCÊ NUNCA NOS DEIXOU, E CONTINUA NOS DANDO FORÇA E LEVANDO O NOME DA CIDADE CADA VEZ MAIS LONGE. AOS LEITORES, EU PEÇO QUE CADA VEZ MAIS VALORIZEM AS BANDAS DE SUA CENA LOCAL E DE SUA CENA NACIONAL. COMPAREÇAM AOS FESTIVAIS, COMPREM ZINES, CD´S, CAMISETAS DAS BANDAS UNDERGROUNDS, ENFIM, MANTENHAM A CHAMA ACESA!!!

resenha



The Ordher
“Weaponize”


Encore Records – Nac.
O que poderíamos esperar da
união de ex-membros das
extintas Nephast e Rebaelliun?
Se estas duas bandas já
deixaram um legado de respeito
perante a cena death metal, a
The Ordher continuará a deixar
muita gente de queixo caído por
aí. Então vamos nos concentrar
em “Weaponize”, disco que
deverá elevar o grupo ao alto
escalão do metal extremo
mundial! O que notamos no
disco é a preocupação em fazer
algo diferente, principalmente
em relação aos solos e timbres
de guitarra, que estão bem
definidos e muitíssimo bem
executados por Fabiano Penna. A
gravação, feita pela própria
banda no “Estúdio 1000”, de
propriedade do baixista/vocalista
Fabio Lentino, ficou clara e
ouvem-se todos os instrumentos
perfeitamente, se diferenciando
da costumeira barulheira malgravada
de diversos discos do
estilo. “Weaponize” abre o
disco, com riffs marcantes e
rapidez brutal, e uma levada de
bateria realmente excepcional,
com várias viradas e peso
absurdo. Fabiano Penna destacase
não só pelos riffs, mas sim
pelos solos diferenciados.
“You’ve Become My Enemy” é
bem variada, com partes mais
trabalhadas ao lado de uma
rapidez estonteante, comandada
por riffs cortantes. A já
conhecida “The Poison” ganhou
aqui uma roupagem nova, mas
mantendo-se fiel as suas
características originais, e
certamente irá fazer com que
muitos bangers fiquem com o
pescoço dolorido. A quarta faixa,
“Rise”, já se tornou um
clássico, devido a sua rapidez e
peso infernal. Como o disco todo
é bem heterogêneo em termos
de qualidade, é meio difícil
eleger os destaques absolutos,
mas “Father”, que
anteriormente já havia sido
apresentada ao público, é com
certeza uma das melhores
faixas, que vai começando lenta
e depois ganha mais velocidade,
e o peso é constante, com riffs
cavalgados. Há uma faixa
experimental no álbum, “These
Hatred Deeds...”, que muitos
poderão achar fora de contexto,
mas é uma boa intro para
“Father”. A temática bélica,
inserida já na excelente capa,
casa-se perfeitamente com o
som, como em “Shot”, um
verdadeiro petardo rápido e
aniquilador. “Weaponize” é um
dos melhores lançamentos do
metal neste ano que se encerra,
pois apresenta qualidade e
originalidade, coisas que muitas
vezes faltam em várias bandas.
Este é um ótimo recomeço a
estes fantásticos músicos, que
cometeram este fantástico
debut! Agora é esperar a tour e
ver o que o futuro reserva a
estes gaúchos.

Por Maicon Leite

Matéria Especial: A influência dos vikings no Metal



Como podemos tocar no assunto sem antes falar de Quorton Fosberg, o promissor do estilo com o projeto Bathory, que na metade de sua carreira nos anos 80, iniciou com os álbuns, Blood Fire Death e Hammerheart, no qual suas letras falam sobre mitologia nórdica e som escandinavo. O Viking Metal em seu início era vertente do Black metal. Som extremo com letras anticristãs e pagãs, sempre sendo contrário a quaisquer estereótipos religiosos. A influência Folk também é muito marcante no Viking Metal, estabelecendo letras sobre passagens e histórias escandinavas com referência diretamente e indiretamente aos Deuses Nórdicos. A influência musical Viking foi se modificando, tendo músicas regionalistas se misturando ao metal extremo, abrangente em muitas bandas, sendo utilizado além de instrumentos tradicionais do metal (guitarra, baixo e bateria) instrumentos como: acordeom, gaita-de-foles, flautas, teclados com sons elaborados entre outros instrumentos, dando assim um certo “toque” à música da época. Elas são cantadas na maioria das vezes em vocal Gutural, mas, muitos usam o vocal limpo em suas músicas. Há varias bandas atualmente de Viking Metal, a citar: Finntroll, Moonsorrow, Thyrfing, Vintersorg, Kromlek, Korpiklaani, Borknagar, etc. Não incluído a esta lista, há também alguns grupos em que suas letras estabelecem temática viking, porém o estilo musical não chega a ser comparado aos nomes citados acima, no qual seriam: Manowar, Amon Amarth e Tÿr, que contém letras marcantes sobre mitologia nórdica, apesar de serem bandas com vertentes de outros estilos musicais, como black/death metal. O Viking metal tem estado em constante evolução, sempre mostrando força e honra do povo escandinavo e sendo bem claro a respeito das tradições, conseguindo buscar cada vez mais adoradores pela mitologia Nórdica.




Por Tufik e Laila Silveira

Comando Nuclear



METAL para ser ouvido no talo e cantando junto! Honrando as
bandas brasileiras dos anos 80, o Comando Nuclear despeja
sobre nós, pobres mortais, um belíssimo metal cantado em
português. Influenciados por bandas como Stress, aos poucos
estes verdadeiros bangers vão ganhando mais espaço e
mostrando a força do metal brasileiro. Nesta entrevista o
baixista Rodrigo Exciter conta todos os detalhes sobre a banda
e as novidades que estão por vir!



Metal Face - Como todos sabem, vocês eram membros
de outras bandas, também com o estilo voltado para o metal
oitentista, mas como foi essa mudança para o metal em
português?


Rodrigo Exciter: Na verdade, não foi necessariamente uma
mudança. Quando começamos à cantar em português, este estilo
estava adormecido e praticamente ninguém apostava nisso. As coisas
soam melhores quando feitas naturalmente, e foi isso que aconteceu
com o Comando. Logo no primeiro ensaio depois de dois ou três anos
sem tocarmos juntos, fizemos a música 'Comando Nuclear' de forma
tão espontânea que não tivemos dúvidas sobre como sairiam as
composições seguintes. Atualmente existe um 'boom' de bandas
cantando em português e vejo isso com bons olhos, desde que seja
feito com honestidade e sinceridade e não apenas pensando em
aproveitar esse bom momento criado por bandas como nós e o
Flageladör, por exemplo.



Metal Face - Estava guardando esta pergunta para
mais tarde, mas hoje em dia, bom na minha opinião, considero
o Comando Nuclear, como uma espécie de ''carro-chefe''
quando falamos de metal oitentista (e acho que não apenas
quando cantado em português, mas podemos considerar
bandas que envolvem toda essa sonoridade), apesar de todo
esse revival de bandas, como Azul Limão, Stress, Anthares... E
do surgimento de novas bandas, como Selvageria, Serial Killer,
sangrenta, bom, tu concorda com isso?


Rodrigo Exciter: É relativo, Wender. O que aconteceu com
o Comando Nuclear foi algo realmente especial, pois tivemos apoio
maciço dos bangers de diversas partes do Brasil e isso contribuiu para
o desenvolvimento dessa explosão de bandas retrô. O fato é que
muitas ótimas bandas já faziam metal old school muito antes de nós,
porém ainda faltava aquela divulgação para atingir a galera, aquela
interação com o pessoal de outras cidades e estados. Nós utilizamos
ferramentas como a Internet para abranger nosso território e interagir
com bangers, zines e revistas especializadas, e creio que isso
contribuiu muito para a exposição do Comando Nuclear nesse sentido.
Particularmente, vejo com bons olhos o surgimento de bandas que
fazem metal old school por aqui, citando tanto essas que você colocou
quanto diversas outras que estão aí na batalha. A maioria das bandas
no Brasil toca thrash metal, o que não é o caso do Comando Nuclear, e
creio que bandas como Violator, Farscape, Blasthrash, Apokalyptic
Raids, Bywar e Kremate, por exemplo, tem tanta ou até mais
responsabilidade quanto nós pelo tempo que estão na ativa, porém
vale ressaltar que nenhuma delas apostava no metal em português
como referência, e foi o que fizemos. Se você analisar bandas como
Selvageria, Guerrilha, Missão Metal, Sangrenta, Vingança Suprema,
Vodkaos, Ultimato, Stone Queen, Conquistadores e Inferno Nuclear,
por exemplo, não vai encontrar muita coisa da sonoridade do
Comando Nuclear neles, porém vai associar à nós pelo fato de
cantarem em português, coisa que estava em descrédito. Acredito que
após termos lançado o disco 'Batalhão Infernal', muitas barreiras
foram quebradas e essas bandas viram que é possível tocar metal em
português novamente, que havia público para isso e que valia a pena
seguir este caminho. Recordo-me que quando começamos, todos nos
chamavam de loucos por cantarmos em português, pois até as bandas
que começaram com isso haviam mudado para inglês, casos do
Harppia, Taurus, Dorsal Atlântica, Overdose, Korzus... Hoje, todos
encaram com naturalidade bandas cantando em português, e nos
sentimos orgulhosos por termos contribuído para isso.



Metal Face - E com certeza os bangers agradecem por
esta contribuição que vocês tem dado ao metal brasileiro, e tu
acha que este ''boom'' na cena, de bandas fazendo sons com a
sonoridade totalmente calçada no metal oitentista, usando
comando nuclear como exemplo, que fazem a sonoridade e tem
um “visu” que nos remete aos anos 80, tu acha que isso
contribuiu para a volta das bandas como azul limão, stress e
entre diversas outras, o que tu acha dessa volta?


Rodrigo Exciter: Aqui no Brasil, é impossível falar que essas
bandas voltaram por dinheiro, pois metal aqui não enche o bolso de
ninguém. Mas é óbvio que essa explosão retrô trouxe de volta bandas
antigas, pois elas viram que atualmente tinham muitas pessoas que
curtiam o trabalho delas, pessoas que ainda estavam nas fraldas
quando elas estavam no auge. Tivemos a oportunidade de dividir o
palco com várias dessas bandas, como o Stress, Vírus, Taurus, Salário
Mínimo e algumas outras, e recentemente conferi o show do Azul
Limão, fora que sempre encontramos os caras do Harppia e do
Centúrias por aqui nos shows, e posso dizer que todos eles estão
tocando realmente porque gostam, porque isso está no sangue.
Conseguiram unir o útil ao agradável: Voltar à tocar e encontrar um
bom público novamente, apesar da precária estrutura da maioria dos
lugares onde tocam. Uma coisa que me deixa realizado é quando
algumas pessoas vêm conversar conosco depois dos shows, dizendo
que não conheciam metal em português antes e depois de ouvir o
Comando Nuclear elas passaram à conhecer bandas como Harppia,
Santuário, Taurus,Stress, Azul Limão e outras... Isso é gratificante,
pois é como se estivéssemos fazendo algo pelas bandas que sempre
nos influenciaram, como se estivéssemos devolvendo à elas o que
sempre nos proporcionaram. É como o Metallica fazendo cover do
Blitzkrieg, guardadas as devidas proporções. Quantas pessoas
passaram à conhecer Blitzkrieg depois que o Metallica gravou o cover?



Metal Face - É, no meu caso eu deveria estar no útero
quando essas bandas deveriam estar no auge, ou no fim de
suas carreiras, mas com certeza, deve ser realmente
gratificante, pois estas bandas, e junto com essa nova
''geração'' mostram que o metal brasileiro não deve nada para
os gringos, um forte exemplo, que eu sempre uso, é a nossa
influência que chegou na Finlândia, citando o exemplo do Força
Macabra que faz um som totalmente influenciado pela cena
brasileira da década de 80, bandas como Lobotomia, taurus,
MX, Anthares, isso realmente me orgulha bastante, se quiseres
comentar mais algo a respeito disso, ou se não voltamos a falar
do Comando Nuclear.


Rodrigo Exciter: Os caras do Força Macabra são muito
gente boa, tive a oportunidade de conhecê-los aqui em SP e eles ainda
pediram para que eu pintasse algumas camisetas de bandas nacionais
para eles, hehehe... É excelente ver como a cena brasileira é rica em
influências, com certeza é uma das maiores do mundo!



Metal Face - Continuando ainda, o debut, batalhão
infernal, foi muito bem recebido pelo publico, e pela mídia, no
meu ponto de vista, eu curti bastante o cd, é uma sonoridade
simples e direta, algo que todo bom heavy metal deveria ser, e
que pelo visto nos anos 90, começou a se perder, mas a arte da
capa, a parte gráfica do cd foi muito bem trabalhada, quais
cuidados vocês tomaram? E o que passou na cabeça de vocês
antes do lançamento do álbum?


Rodrigo Exciter: Sinceramente, o que passou pela nossa
cabeça foi: 'FUDEU!' Ficamos felizes demais com o resultado do disco,
ainda mais porque tudo foi feito por nós... Desde a composição,
gravação, produção, arte gráfica e layout do encarte... Foi a realização
de um sonho, transpassamos uma barreira enorme e as críticas foram
positivas, o que nos encheu de força pra cair na estrada divulgando o
álbum. O disco em si é simples, direto e sem frescuras, e é
exatamente isso que queríamos desde o princípio, algo que soasse
como a banda funciona ao vivo. Havia muito tempo que nenhuma
banda brasileira de metal lançava um disco em português, então o
material deu um certo 'choque' na mídia especializada e nos bangers,
que provavelmente não esperavam um full lenght vindo de uma banda
que canta em nosso idioma. Claro que, por ser um primeiro álbum,
cometemos alguns erros e temos muitas coisas à aprimorar, porém eu
costumo olhar um disco como um retrato do momento, entende? O
'Batalhão Infernal' é a fotografia do Comando Nuclear em 2005,
quando foi gravado, e nosso próximo álbum que já está sendo gravado
é a fotografia do Comando Nuclear em 2007 (Que não é muito
diferente, hehehe), e
conseqüentemente iremos tentar
aprimorar ainda mais o que
começamos naquele disco. Sempre
mantendo a tradição do Comando
Nuclear: Músicas simples, diretas,
com aquela pegada old school e
que abordam temas que curtimos e
achamos importantes, sempre em
português!



Metal Face - Sim,
falando do disco novo, vai ser
produzido pelo Leon Mansur, o
que os fãs podem esperar deste
novo disco? Já tem nome?


Rodrigo Exciter: As
músicas do novo disco já estão
100% prontas, e devemos entrar
em estúdio no mês de setembro
para gravar. Toda a produção
ficará à cargo do Leon Mansur
(Apokalyptic Raids), um grande
brother que conhece muito nossa sonoridade e que tem feito ótimos
trabalhos com as bandas da Unsilent Records. Musicalmentente posso
dizer que o disco segue a mesma linha do 'Batalhão Infernal',
continuamos fazendo nosso heavy metal 'véio', que é o que gostamos,
hehehe... Temos algumas músicas mais tradicionais e outras mais
secas e rápidas. Acho que nesse novo trabalho as músicas cadenciadas
estão ainda mais tradicionais e as músicas rápidas estão realmente
mais velozes! É um amadurecimento fiel à proposta inicial, não
pretendemos nos distanciar nem um milímetro daquela sonoridade do
primeiro álbum, apenas pretendemos fazer o bom e velho metal com
ainda mais qualidade. Não queremos reinventar o metal, não temos
essa pretensão. Tudo que queremos é tocar muito alto e manter a
identidade do Comando Nuclear! Quanto ao nome do disco... Por
enquanto ainda é segredo de estado, hehehe... Mas posso dizer que
tocamos algumas das novas músicas em diversos shows e a
receptividade da galera têm sido excelentes, todos tem curtido muito
esses sons novos porque na verdade eles seguem exatamente a linha
que criamos no 'Batalhão Infernal'!



Metal Face - E vocês já estão planejando a tour pra
divulgação do segundo disco? E quais lugares que vocês não
tocaram ainda, e tem vontade colocar na tour?


Rodrigo Exciter: A coisa mais difícil para o Comando
Nuclear é, sem dúvidas, fazer uma tour. Todos nós da banda
possuímos empregos aqui em São Paulo, então é completamente
impossível ficarmos por dias seguidos viajando fora de SP. Na tour do
Batalhão Infernal tivemos a oportunidade de passar pelo Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Paraná e praticamente todo o interior de São
Paulo, e agora no final da tour fomos novamente para o Paraná,
iremos para a Bahia e depois Rio de Janeiro novamente, e
finalizaremos em dezembro no interior de São Paulo. Infelizmente não
podemos nos ausentar muito tempo de onde moramos, à não ser nos
feriados, e temos aproveitado isso para visitar cada vez mais cidades e
conhecer muitos bangers por aí! Para o segundo disco gostaríamos de
passar novamente pela maioria dos lugares onde já passamos com o
'Batalhão Infernal' e, claro, conhecer novas cidades. Particularmente,
eu tenho muita vontade de tocar por todo o nordeste, Belém do Pará,
Rio Grande do Sul, Belo Horizonte, Brasília e Goiás, pois são os lugares
onde temos recebido mais apoio da galera!



Metal Face - E como é do conhecimento de todos o
Filippe, guitarrista da banda, também integra outra banda a
OPERA NIGHTMARE (Tristania Cover), mais algum membro da
banda, está envolvido ou futuramente pretende montar alguma
outra banda ou projeto paralelo?


Rodrigo Exciter: O Opera Nightmare está parado há algum
tempo, pelo que sei... Atualmente todos se dedicam prioritariamente
ao Comando Nuclear, porém existem outros projetos em andamento.
Eu, particularmente, estou com dois: O Electroshock, que é uma
mistura louca de Discharge, Motörhead e NWOBHM, e o Speedway,
que é mais speed metal. Porém ambos os projetos estão parados já
que o Comando Nuclear toma boa parte do meu tempo, e isso dificulta
as coisas, mas tenho planos de dar seqüência nessas bandas e até
mesmo gravar algo futuramente. O Ron e o Erick não possuem outros
projetos paralelos no momento, mas também possuem planos para
criar algo mais particular assim que puderem, hehehe.



Metal Face - E quais são os
futuros planos para o Comando
Nuclear?


Rodrigo Exciter: Tocar, tocar
e tocar! Estamos trabalhando em
estúdio no novo disco, e estamos muito
satisfeitos com os resultados das novas
músicas. Temos alguns shows bacanas
marcados até o final do ano e vamos
dar prosseguimento na agenda, porém
paralelamente estamos nos dedicando
às gravações do novo trabalho. O que
realmente desejamos é continuar
tocando nesse ritmo que estamos
agora, fazendo shows em diversas
cidades e conhecendo cada vez mais
bangers ao redor do Brasil, pois foi para
isso que montamos a banda. Não temos
pretensões de sair do país por
enquanto, apesar de termos recebido
alguns convites da América do Sul, pois
nosso foco sempre foi tocar por aqui,
beber com a galera e se divertir. E isso temos feito com muita
eficiência, hehehe... Basicamente, estamos ansiosos com o
lançamento do novo disco para mostrar à todos o poder de fogo
dessas músicas, pois estão realmente matadoras!



Metal Face - Bom encerrando, gostaria de em nome do
Metal Face agradecer a entrevista, a paciência que teve comigo,
pois essa é minha primeira entrevista e desejar sucesso para
os integrantes e ao Comando Nuclear, se quiserdes deixar um
recado aos bangers, e considerações finais, tá ai. E espero ver
vocês em breve nas terras gaúchas. Valeu Rodrigo!


Rodrigo Exciter: Muito obrigado pela oportunidade,
Wender! E para nós é uma honra ser a primeira banda entrevistada
por você, hehehe... Mandou muito bem, tem futuro! Hehehe... Já
mantemos contato há bastante tempo, e quero agradecer a você e ao
Maicon pela força e o apoio que sempre nos deram! Agradeço também
à todos os bangers que nos ajudam na estrada, nos emprestam
equipamentos, cerveja, grana, mulheres (ops..) e tudo mais... E pode
ter certeza, queremos muito cair em terras gaúchas e tomar muita
cerveja por aí! Espero que com o lançamento do segundo álbum, as
coisas fiquem mais fáceis nesse sentido! Mais uma vez, forte abraço!



entrevista por:Wender

Entrevista com:Scarpast



Scarpast é uma banda formada em meados de 2004, tendo no
trabalho uma fusão entre o doom e o death
metal. Após várias mudanças na formação,
com os precursores Patrick e Rodrigo, o
novo guitarrista Rafael e o baixista
Humberto, gravaram o EP no começo de
2007, intitulado como Scars of Desolation,
com uma bela introdução ao som de
teclados,gravados por T. Sargatanas
(Envoutement). A arte da capa foi feita
pelo próprio baterista, Rodrigo, tendo uma
estátua de anjo cemiterial, reproduzindo a
atmosfera arrastada e depressiva. Há um
mês, a Scarpast fez um grande show em
Lages/SC, ao lado de grandes ícones da
cena Black Metal sulista, como Infernal War
666, Nox Aderat, Southern Hate e a banda
alemã Graefenstein. Deixo-lhes agora uma
entrevista feita com o vocalista, Patrick.



Metal Face - A Scarpast já está na
cena metal santa-mariense há alguns anos. Já teve
diversos nomes, integrantes e somente dois precursores
continuam na banda.Conte-nos como foi essa trajetória.
Scarpast: Bom, tudo começou após o fim decadente
da banda Morgana Mortis, que era formada com André, nos
vocais ; Guilherme, na guitarra; Patrick no baixo e Rodrigo, na
bateria. Após a saída do André dos vocais, seguimos em um trio
e eu passei assumir o baixo e vocal, com muita insanidade em
mente. Nossa proposta era fazer algo cru e doentio. Desta idéia,
então, surgiu o mais puro e deprimente death/doom, a banda
Scarpast. De início estava tudo bem, mas logo começaram os
problemas. O principal foi com nosso guitarrista, que não tinha
mesmas influências e estilo de som que a banda tinha em
mente, sendo assim, resultou a saída dele. Passamos um bom
tempo só com idéias de som em mente, mas sem encontrar
guitarrista. Então tivemos a idéia de chamar Rafael Léguas (exintegrante
da banda Escaravelho, da qual Rodrigo também
fazia parte). Ocorreu tudo perfeitamente, ele entendeu bem
nossa proposta de som e aceitou as idéias, acrescentando novos
solos de guitarra. Algum tempo depois resolvemos que eu
deixaria o baixo e só cantaria. Vários músicos ocuparam o lugar,
mas somente o Humberto se encaixou nos padrões da banda,
seguindo a mesma ideologia. Todos esses obstáculos que
passamos, deram-nos mais força para seguirmos em frente.



Metal Face - Com esse tempo de história, a banda
já teve várias fases que transparecem no estilo de suas
músicas.Quais eram as influências de vocês no início e o
que mudou nos dias de hoje?


Scarpast: No início, era uma mistura de thrash/death.
Mas nossa intenção de som era algo mais decadente, então
começamos a nova fase na linha do doom/death.


Metal Face - No mês de setembro foi lançado o EP
da banda, intitulado de Scars of Desolation. De onde
surgiu esse nome? Houve pré-produção e o Cd saiu de
acordo com as expectativas da banda?


Scarpast: Scars of desolation foi um nome que já
tínhamos em mente, que representa algo marcante para nós no
passado; houve uma pré-produção, sim, e estamos muito
satisfeitos com o esse trabalho.


Metal Face - Quem compõe as músicas e quais os
temas abordados nas letras?


Scarpast: Bom, geralmente eu fico encarregado de
escrever as letras, Elas propõem algo muito profundo
mentalmente, que falam tanto do lado espiritual quanto o
lado obscuro e desesperador da vida.



Metal Face - Vocês foram convidados para
tocar em Lages, na terceira edição da Infernal
Festival. Como foi dividir palco com uma banda de
Black metal da Alemanha e vocês sendo a única banda
de death/ doom? O público foi receptivo?


Scarpast: Certamente foi um momento único.
Sendo que a proposta do festival era insanidade pura e
extremismo (black metal). Quando subimos ao palco,
mostramos nosso trabalho do jeito que é, sem dúvida
o evento não perdeu o feeling que era blasfêmias, ódio,
luxúria e som agressivo, mas o público foi muito receptivo
sim, nada a reclamar.


Metal Face: Vocês têm algum projeto paralelo
à Scarpast?


Scarpast: No momento não.


Metal Face: Pode nos adiantar a agenda dos
shows previstos pra esse ano?


Scarpast:

Dia 06/09 em Poa,no Odisséia.

Dia 06/12 tocaremos no Garganta do Diabo,em Santa Maria
www.myspace.com/scarpast




entrevista por : Larissa.B.Varella