quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre Arte - Por Greice Coelho

A Arte corresponde a uma necessidade fundamental do ente humano, seu mais nobre objetivo é traduzir esteticamente uma experiência sensível da vida em sua plenitude. Acontece-lhe é verdade, servir a outros fins: religiosos, políticos, sociais, simbólicos... Mas, estes fins, louváveis ou não, alheios são à função nobre da arte e podem até constituir obstáculo a sua realização. O desejo de expressão pela Arte é tão profundamente humano que desde a Pré-história observa-se todo tipo de manifestação desse impulso, seja na matéria, na dança, nos sons... Enfim, o homem é incitado na tentativa de “eternizar” todos os eventos de que tem experiência sobre a face da Terra. Poucas atividades estão sujeitas a tantas interpretações diferentes como a Arte, cujo significado varia de acordo como o tipo e ângulo de que é observada. Filósofos encontram nela elementos de uma teoria estética; historiadores veriam todo o aspecto de uma civilização; engenheiros e arquitetos estariam mais interessados pelo aspecto técnico e menos sensíveis a uma expressão pessoal. O artista pode expressar sua própria sensibilidade ou atitude emocional de modo a evocar no público uma idêntica reação à situação que ele apresenta, eis o MÁGICO poder da Arte em todas as suas formas. Lembrando Tolstoi em “Que é Arte?”, é imprescindível a função social de qualquer manifestação artística, e, portanto, a sua MÁXIMA JUSTIFICAÇÃO, na transmissão das emoções por contágio, ou infecção. “A Arte - disse ele - é uma atividade humana, que consiste em um homem transmitir a outros, conscientemente, por meio de sinais exteriores, sentimentos que experimentou, fazendo que esses outros experimentem”. Tendo chegado a essa concepção da natureza das linguagens estéticas, Tolstoi introduziu inevitavelmente um critério moral para a apreciação da Arte e do que seria realmente Arte, “os melhores e mais altos sentimentos a que os homens se elevam”. “As artes são nosso armazém de valores preservados. Elas saltam das horas das vidas de pessoas excepcionais, e as perpetuam, quando o seu controle e o seu domínio da experiência está no auge, as horas em que as variáveis possibilidades de existência são mais claramente vistas... Tanto na gênese da obra de arte, no momento criativo, quanto no seu aspecto veículo de comunicação, podem encontrar-se razões para dar às artes um lugar importantíssimo na teoria do valor... valor humano e eterno...
Nas Artes encontramos o registro, na única forma em que essas coisas podem ser registradas, de experiências que precisam valer a pena para as pessoas mais sensíveis e mais capazes de discernimento...” – diz Richards , em citação no livro Estética e Teoria da Arte. “OH! RAROS, INSANOS E ROMÂNTICOS SENSÍVEIS “... mergulhados, na maior parte do transcorrer do tempo, num mar de cultura pobre, pouco exigente, vulgar, agressiva, pouco seletiva, comercial... enfastiante... Resta a esses sensíveis viverem um “salvem-se quem puder!”.
Falemos de música. A música (do grego musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser apreciada simplesmente como o que é, uma obra estética, alimentando a sensibilidade humana, o que para muitos seria sua
rincipal função. Mas, pode atender à diversas outras finalidades , tais como a militar, educacional ou terapêutica (musicoterapia). Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais, mesmo assim a “função” social e cultural da música está impregnada na intenção de cada finalidade para qual é empregada.

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